quarta-feira, 30 de abril de 2014

Violência de Gênero e as Mulheres que são Acolhidas pela Rede de enfrentamento á Violência


Eu escrevi hoje de manhã no Facebook:
Galera!
Nestes últimos dias tenho ficado muito impactada com as mulheres, e homens, que estão nos serviços de Enfrentamento a Violência!
Muitas/muitos ainda tem dificuldade de acreditar nos relatos das mulheres, de ver que não é seu papel julgar, as mulheres precisam de acolhimento e principalmente de apoio, não de julgamentos ou conciliação com agressores, abusadores, machistas, que se acreditam seus proprietários.
Nosso trabalho é fazer o contrário da sociedade em geral, que autoriza a violência, que autoriza o agressor!
Infelizmente nosso sistema de segurança, de justiça e de assistência social ainda é pouco protetivo, ainda tem pouco entendimento do que significa uma violência de gênero.
Por isso temos equipamentos específicos de atendimento as mulheres, porque delegacias vão continuar sendo delegacias, juízes e promotores vão continuar usando os óculos da legislação e da cultura, a assistência social vai continuar olhando e atendendo a família. Só os Centros de Referencia em acolhimento e atendimento pode olhar em especial para das mulheres, nosso papel é o de estar ao lado das mulheres incondicionalmente.
Vocês que também estão na rede podem ficar brabos com a gente, mas vamos brigar muito ainda para salvar vidas, vidas de mulheres que sofrem, independente de quem é este agressor. Ele pode ser seu amigo, colega, irmão, pra nós ele é só um agressor que vai ser responsabilizado, que precisa ser afastado e que vai perder o seu poder de dominação sobre esta mulher!

A violência doméstica, o assédio sexual, moral, institucional e virtual contra as mulheres não vão passar impune!
Não se cale! Denuncie!


Pra minha surpresa, a tarde fui olhar o fb e tinham estes comentários:

  • Matilde Brodt As vezes no meio,que eu vivo as pessoas(homens-mulheres)me acham chata.Por falar que as mulheres tem de denunciar,que mulher não precisa viver violência.Mas eu não ligo,eu faço a minha parte,bem feita.Se num grupo de 100 eu salvar 1 fico feliz!Fico triste porque o Poder executivo que pode fazer algo efetivo,não faz.Mas eu não desisto nasci mulher,a parteira que fez meu parto,contou que eu tinha um choro forte.Acredito em sinasi!
  • Cris Bruel Me lembrou tanto o Freire o que problematizas Maria Do Carmo Bittencourt quando ele diz: “[...] o diálogo é o encontro no
    qual a reflexão e a ação, inseparáveis daqueles que dialogam, orientam-se para o mundo
    que é preciso transformar e humanizar, este diálogo não pode reduzir-se a depositar idéias

    em outro” (FREIRE, 1980, p. 83). E segue...
    7 h · Curtir
  • Cris Bruel ser dialógico é não invadir, é não manipular, é não sloganizar. Ser dialógico é
    empenhar-se na transformação constante da realidade. [...] O diálogo é o
    encontro amoroso das pessoas que, mediatizados pelo mundo, o “pronunciam”, isto é, o transformam, e, transformando-o, o humanizam para a humanização de
    ...Ver mais
    7 h · Curtir
  • Maria Do Carmo Bittencourt Cris Bruel de quais livros/textos estes, vou ler ou reler, realmente não lembro. qnd falei tava bem na linha marxista, da construção dialética da práxis, em Paulo Freire ele entra com a conceito de construção dialógica, que é o diálogo dialético, se bem me lembro. Puxa vamos evoluir neste papo!
    6 h · Curtir · 1
  • Cris Bruel Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
    6 h · Curtir
  • Carla Baptista Disse tudo!
  • Cris Bruel sabe Maria Do Carmo Bittencourt eu acho que sim dá para evoluir mesmo... dialogando. Eu acho o Freire genial e de Marx li pouco bem pouco, li algo do Mezaros que releu o Marx na verdade e gostei. mas acredito muito na proposta da dialogicidade do Freire, pois creio que sem humanizarmos as relaçoes nao da mesmo. Muito ruim julgas as mulheres em situaçao de violencia, a gente vê no CRM como elas chegam super vulneráveis e muito revitimizadas... uma pena. Abraço e obrigada por abrir o espaço para a "fala/escrita".


Foi um diálogo super legal como a muito não tinha neste tempo de rede não-sociável, e que não quero perder. Como as coisas no facebook são completamente diáfanas, resolvi copiar no blog, quem sabe esta conversa ainda rende um artigo, hein? 
bom fica a ideia pro universo e pra mim mesma!